ESG

O que é ESG e como aplicar nas empresas?

Estamos vivendo em um momento onde o mundo está passando por diversas mudanças. Entre elas está a necessidade e a preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança, que se tornaram essenciais no universo corporativo.

Neste sentido, o termo ESG, sigla em inglês para “environmental, social and governance”, se torna cada vez mais presente. Por isso, pensar em como adequar-se a tendência é imprescindível.

Segundo um estudo recente sobre “A Evolução do ESG no Brasil”, composto por uma pesquisa exclusiva da Rede Brasil do Pacto Global e análise de dados provenientes da Stilingue, plataforma de monitoramento digital, “no último ano, discussões acerca do assunto em redes sociais cresceram mais de 7 vezes. Enquanto isso, 84% dos representantes do setor empresarial afirmaram que o interesse por entender mais sobre a agenda e os critérios ESG aumentaram em 2021”.

O que é ESG?

O ESG propõe que as organizações se adéquem em metas de desenvolvimento corporativo, baseados em três princípios primordiais: práticas ambientais, sociais e de governança. De acordo com a Pacto Global, a sigla estimula as empresas a assumirem e adotarem essas medidas.

Além de incentivar uma mudança cultural, propõe um “exercício prático de autorreflexão a fim de promover uma compreensão genuína dos impactos gerados na sociedade e no meio ambiente e agir sobre eles”. É uma alternativa para priorizar medidas que “minimizem os impactos negativos e potencialize os positivos”.

A evolução do ESG no Brasil 

Apesar de o assunto ter sido abordado primordialmente no Brasil em 2004, a partir de um documento intitulado de Who Cares Wins, durante os anos seguintes o termo se manteve relativamente discreto entre as entidades. Segundo o estudo da Pacto Global com a Stilingue, até 2019, ainda pouco se falava sobre o ESG e seus desdobramentos no Brasil. Contudo, já havia uma grande comparação e análise crítica sobre como outros países estavam desenvolvendo suas diretrizes e práticas sobre a temática.

Nesta época, entre as vertigens do ESG, a que mais se destacava era a “ambiental”, com cerca de 11 milhões de menções, destaca a plataforma. Episódios como o desmatamento da Amazônia, as queimadas, a biodiversidade em extinção e debates políticos, foram alguns dos gatilhos que incentivaram essa movimentação.  

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Em 2020, o que se percebeu foi um movimento evidentemente mais elevado. De certa forma, influenciado pela pandemia mundial de coronavírus. Em um momento de imersão digital, o assunto passou de 3.4 mil citações – dados do ano anterior -, para um volume de busca 6 vezes maior, com mais de 22 mil citações alcançadas.

Neste período, as ações que mais se destacam entre as empresas foram: apoio emergencial à Covid-19 promovido pelas marcas (20%), o apoio às comunidades do entorno (20%), políticas de equidade de gênero (19%), além das questões de Governança (20%) e Ambientais (19%).

Já em 2021, a situação se mantém ainda mais aquecida. A busca por alternativas que tenham como prioridades os direitos humanos e a inclusão social, também começaram a crescer, assim como a preocupação ambiental: “51% dos respondentes sempre são incentivados a considerar práticas com impactos sociais mais positivos; 50% para impactos ambientais mais positivos e 48% para impactos de governança mais positivos”, revela o estudo.

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Então, como inserir esses princípios no dia a dia de uma empresa?

Os dados reforçam que a busca recorrente por estratégias que estejam relacionadas com fatores ambientais, sociais e de governança corporativa são uma realidade presente na atualidade.

O tema virou um fundamento que fortalece a importância de negócios que estão interessados e dispostos a investirem em iniciativas que impactem a sociedade de uma forma qualitativa e mais humana, tais como: o setor de energia renovável e investimentos de impacto.

Desta forma, para que os critérios do ESG sejam implementados em uma organização e gere resultados positivos, é importante que haja um equilíbrio entre os mesmos. Um caminho para isso, é adotar os “Dez Princípios do Pacto Global“, que, inclusive, já eram estabelecidos na sustentabilidade empresarial, antes mesmo da tendência se fortalecer globalmente. São eles:

Os Dez Princípios do Pacto Global

Direitos humanos:

  1.  Respeitar e proteger aos direitos humanos reconhecidos internacionalmente;
  2. Garantir que a empresa não participe da violação dos direitos humanos;

Trabalho:

  1. Apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento à negociação coletiva;
  2.  Eliminar por completo e absoluto o trabalho forçado ou compulsório;
  3. Abolir o trabalho infantil;
  4. Eliminar qualquer tipo de discriminações no trabalho;

Meio ambiente:

  1. Ter apoio preventivo aos desafios ambientais;
  2. Investir na criação de iniciativas para promover maior responsabilidade social;
  3. Incentivar às tecnologias ambientalmente amigáveis;
  4. Combater a corrupção em todas as suas formas.

O futuro é agora!

Vale lembrar, que o meio ambiente, os impactos na sociedade e o desenvolvimento de políticas mais humanitárias, são preocupações progressivamente mais presentes entre as gerações mais jovens. Tanto os Millennials quanto a Geração Z, demonstram um forte interesse por essas pautas.

Por isso, é fundamental que as organizações pensem em como desenvolver mecanismos de compliance e uma governança que incentive e iniba práticas desleais, a curto e longo prazo, para todos os públicos. Comitês e projetos, são alguns exemplos que podem ser incluídos nesse plano.

Sabemos que o ESG só está no início no Brasil e ainda há muito para se evoluir, mas juntos, podemos fazer essa mudança ainda melhor. O movimento que se impõe na atualidade, também terá resultados na sociedade “do amanhã”.

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