balança de carbono zero e emissões líquidas

Como a energia renovável pode ajudar a alcançar as emissões líquidas zero em 2050?

Costumava-se associar o uso de energia limpa ao aumento de gastos e à falta de acesso imediato. Essa é uma ideia que vem mudando consideravelmente, como aponta o relatório robusto produzido pela IEA (International Energy Agency). O estudo é uma ferramenta que destaca alternativas para alcançar um sistema de energia de emissão zero até 2050, ao mesmo tempo em que fornece energia segura, estável e acessível a todos. Ajudando a criar milhões de empregos e elevar o crescimento econômico.

O relatório também examina as principais incertezas, como a captura de carbono e as mudanças comportamentais para chegar a zero líquido. O número de países que prometem chegar a zero emissão de dióxido de carbono à atmosfera nas próximas décadas continua a crescer, mas as promessas dos governos até agora – mesmo se totalmente cumpridas – ficam muito aquém do necessário para zerar as emissões até 2050 e dar ao mundo a chance de aumentar a temperatura global em apenas 1,5 ° C, evitando, assim, o colapso.

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Sistemas de energia limpa em expansão

O relatório mostra possibilidades de criação de um sistema de energia limpa, que continuará permitindo um crescimento econômico robusto. Ele estabelece um caminho economicamente produtivo, resultando em uma economia de energia dinâmica e resiliente, produzida por fontes renováveis ​​como a solar e a eólica, em vez de combustíveis fósseis.

As escolhas de fonte de energia limpa dependem do local e dos recursos disponíveis, mas podem ser utilizadas as águas dos rios e dos oceanos, o vento, a luz do Sol, biomassa, ondas e marés e o calor proveniente da terra. A maioria das reduções globais nas emissões de CO2 até 2030 em nosso caminho vem de tecnologias já disponíveis hoje. Mas para 2050, quase metade das reduções vêm de tecnologias que estão atualmente em fase de estudos. 

Na indústria pesada e no transporte de longa distância, a proporção das reduções de emissões de tecnologias que ainda estão em desenvolvimento hoje é ainda maior. As oportunidades de inovação dizem respeito a baterias avançadas, eletrolisadores de hidrogênio e captura e armazenamento direto de ar. Juntas, essas três áreas de tecnologia trazem contribuições vitais para a redução das emissões de CO2 entre 2030 e 2050. 

A inovação nos próximos dez anos – não apenas por meio de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e demonstração, mas também por meio da implantação – precisa ser acompanhada pela construção em grande escala da infraestrutura de que as tecnologias precisarão. Isso inclui novos oleodutos para transportar as emissões de CO2 capturadas e sistemas para mover o hidrogênio entre portos e zonas industriais.

A responsabilidade do setor de energia 

O setor de energia é fundamental para as sociedades modernas, mas também é responsável pela grande maioria das emissões globais de gases de efeito estufa e da poluição do ar. A IEA ajuda tomadores de decisão de todo o mundo a acelerar transições de energia limpa e justa, garantindo energia mais sustentável, resiliente, acessível e segura.

Em fevereiro de 2020, o Diretor Executivo da IEA convocou uma grande coalizão – incluindo governos, indústria, instituições financeiras, organizações internacionais e sociedade civil – para atingir ambiciosamente as metas climáticas. A agência realizou sua primeira Cúpula de Transições de Energia Limpa da AIE – com ministros de mais de 80% da economia global – em julho de 2020, bem como uma série de reuniões de nível ministerial sobre energia limpa e recuperação econômica, investimentos para sistemas de energia seguros e sustentáveis, África e América Latina.

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Então, qual o caminho para a emissões de carbono zero?

De acordo com o relatório, para alcançar as emissões líquidas zero, há um longo percurso que exigirá incentivos e a implantação maciça de todas as tecnologias de energia limpa disponíveis, além de novas possibilidades para a eficiência energética. Algumas das metas para que isso aconteça são:

  1. O investimento anual em energia limpa em todo o mundo precisará aumentar até 2030. Com isso, o setor pode gerar empregos e crescimento diante do grande número de obras infraestruturais e avanços tecnológicos. Fornecendo desenvolvimento econômico global e acesso universal às alternativas renováveis.
  1. Precisamos dar grandes saltos na inovação de energia limpa. Dois terços do fornecimento total de energia em 2050 serão provenientes de energia eólica, solar, bioenergia, geotérmica e hidrelétrica. 
  1. Uma rápida mudança para longe dos combustíveis fósseis. Os combustíveis não-renováveis se restringirão a produtos em que o carbono está incorporado, como plásticos, em instalações equipadas com CCUS e em setores onde as opções de tecnologia de baixas emissões são escassas. Mudanças significativas no setor devem acontecer até 2040.
  1. Flexibilidade do sistema elétrico. Essas mudanças energéticas devem impactar todos os setores de alta escala, desde transportes e edifícios à indústria. Por isso, se exigirá cada vez mais flexibilidade no desenvolvimento de novas alternativas como combustíveis à base de hidrogênio, garantindo suprimentos confiáveis.
  1. Indústrias de baixa emissão florescendo. A ideia é que até 2045, novas tecnologias de energia sejam difundidas em diversos países com a missão de diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Neste sentido, uma maior oferta de biocombustíveis avançados e mais equipamentos que utilizam essa tecnologia, principalmente envolvendo a mobilidade, se destacam.

O setor de energia renovável é um mecanismo que pode ajudar contra os desafios climáticos globais. Hoje, há diversas possibilidades e ofertas de energia limpa que geram menos impactos ambientais, economia e inovação. E mais do que mudar a conta de luz, podemos usar a Energia Para Mudar histórias

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