Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, aproximadamente R$ 8 bilhões devem ser investidos…
23 de novembro de 2022
Para atravessar o país-sede do Mundial de ponta a ponta, percorre-se a mesma distância entre Belo Horizonte e Ipatinga: esse é o Catar, pequeno país árabe que vai concentrar as atenções do mundo inteiro nos próximos dias.
Sua extensão de 11.437 km² pode ser modesta, mas é enorme a intensidade nos preparativos de um dos maiores eventos esportivos do mundo – e a energia solar tem protagonismo nesse planejamento. Essa é a primeira Copa que assumiu o compromisso de ser 100% neutra em emissões de carbono: o Catar está pronto para fazer história.
Construções de grande porte, turismo em alta e demanda por energia elétrica: o pico de gasto energético exigido por um evento do porte do Mundial se dá principalmente por esses fatores. Mas só a partir da ECO-92 que isso começou a entrar na conta, com os primeiros reflexos sentidos em 1994, nas Olimpíadas de Inverno na Noruega.
O desafio de levar a sério a eficiência energética da Copa encontrou no Catar um lugar preparado para realizá-lo: um dos principais produtores de petróleo e gás natural do mundo, os catarinos já viam a adoção da energia solar como medida urgente. Para cumprir com as metas de transição energética e aproveitar a alta irradiação solar no país, a Copa era o empurrão que faltava para alavancar o mercado definitivamente.
Com quase 1,8 milhões de painéis solares em 10 km² produzindo 800 megawatts (10% da demanda energética do país), o Catar estreou na produção de energia solar com grande porte. Em operação desde junho, a usina conta com tecnologia de rastreamento solar, que move os painéis para garantir a máxima exposição ao sol.
A fazenda solar fica na vila Al Kharsaah, a cerca de 80 km da capital Doha, e ocupa um espaço equivalente a cerca de 1,4 mil campos de futebol!
A mesma incidência de Sol que dá otimismo na produção de energia solar gerou uma mudança inédita nos Mundiais: pela primeira vez, o evento será realizado no fim do ano, período em que as temperaturas no país apresentam valores mais amenos.
Mesmo assim, a climatização dos estádios é uma preocupação para enfrentar a previsão de 19° a 30°C em novembro, e 15° a 24°C em dezembro.
O estádio Al Janoub, que receberá 40 mil torcedores por jogo, é um bom exemplo. Graças a sua forma plana que impede a entrada do vento, será criada uma espécie de “bolha” de ar refrigerado que se espalhará por pequenas aberturas embaixo dos assentos e outras próximas ao campo.
A logística de transportes será uma das grandes responsáveis pela diminuição da pegada de carbono da Copa. A maior distância percorrida entre os estádios será de apenas 55 km em linha reta, evitando os deslocamentos aéreos tão comuns nesses eventos. Além disso, 85% dos estádios terão acesso por veículos sob trilhos.
Até a localização geográfica do país é um bom fator: próximo da Europa – continente que mais atrai visitantes por ter o maior número de países representados em campo, a tendência é de deslocamentos mais curtos e menor emissão de gás carbônico.
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