O que é financiamento climático?

Se a crise climática demanda mudanças estruturais há tanto tempo, você pode já ter se perguntado: por que ainda não vemos uma grande quantidade de iniciativas transformadoras na prática? 

A discussão sobre quem pagará a conta dessas ações é um dos principais entraves! Em 2009, na COP15, foi criada uma proposta para que cada país seja responsável financeiramente pelo tamanho da sua pegada de carbono. Ou seja: pagaria mais quem mais emite gases de efeito estufa. O acordo previa investimentos a partir de 2020 mas, até hoje, ele não foi colocado totalmente em prática. 

Quem paga a conta

Não é uma coincidência que os países mais ricos do mundo também são os mais industrializados. O enriquecimento de determinadas nações aconteceu às custas do crescimento da atividade industrial, que também traz como consequência um grande aumento na emissão de gases poluentes. 

No entanto, os danos gerados por esse processo são compartilhados pelo mundo inteiro, sem restrições e nem fronteiras. Isso se reflete em dados: estudos de 2019 apontam que 60% das emissões globais são provocadas por apenas 10 países

Todo mundo sofre, mas as consequências não são compartilhadas igualmente. Países mais ricos têm mais capacidade de reagir à crise climática que países vulneráveis. É dessa lógica de responsabilidade proporcional que surgiu a proposta de financiamento climático. Os países desenvolvidos devem arcar com uma parte maior do investimento necessário para frear a crise climática que vivemos. 

Em geral, há dois critérios principais para definir se um país é desenvolvido ou não: crescimento econômico (PIB e dados quantitativos, como soma das riquezas do país) e desenvolvimento econômico (IDH e dados qualitativos, como renda per capita, escolaridade média e expectativa de vida). 

Destino do dinheiro

O financiamento climático tem três focos principais:

Mitigação: redução na emissão de gases de efeito estufa a partir de investimento em fontes renováveis de energia (solar e eólica, principalmente) e substituição dos combustíveis fósseis. A construção de um sistema de transporte de zero emissões no Paquistão é um exemplo;

Adaptação: incentivar mecanismos que preparem um país para as consequências da crise climática, como infraestruturas capazes de resistir a possíveis chuvas e inundações, como na Guiné-Bissau, onde a restauração de habitats de manguezais passou a proteger contra a elevação das marés; 

Perdas e danos: em último caso, o foco seria na reconstrução de lugares e infraestruturas fortemente abalados por tempestades ou ciclones, como o que atingiu a zona costeira de Banglaseh e prejudicou fortemente a produção da salicultura (importante geradora de empregos). 

Dividindo em três estágios diferentes, todos os tipos de problema seriam contemplados. Na teoria, seria uma boa solução para as crises que enfrentamos globalmente mas, por enquanto, as expectativas não estão sendo atingidas.  

O financiamento na prática

A meta definida em 2009, reafirmada no Acordo de Paris em 2015 e prevista para entrar em ação a partir de 2020, já encontrava problemas antes mesmo do ponto de partida. Os países mais vulneráveis e necessitados já percebiam que a quantia seria insuficiente para realizar mudanças de impacto. Mas o pior ainda estava por vir: a meta anual nunca foi atingida! 

Segundo o último relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o financiamento de US $83,3 bilhões em 2020 ficou bilhões abaixo do prometido. Além disso, mais de 70% do dinheiro foi emprestado, exigindo pagamentos futuros de países extremamente fragilizados economicamente. Por isso, os países mais necessitados ficaram com apenas 8% desse financiamento, enquanto as nações de renda média foram privilegiadas. 

Outro entrave foi a pouca disposição dos países mais ricos em participar do financiamento na prática. Segundo o relatório, Estados Unidos, Canadá e Austrália fazem parte dos países que menos se aproximaram da meta. 

Se esse primeiro combinado referente ao período 2020-2025 já enfrenta dificuldades, há uma grande expectativa sobre o próximo acordo. Os países mais vulneráveis cobram o cumprimento real das metas e a atualização desses valores: de US$ 100 bilhões por ano para US$ 700 bilhões por ano. 

Uma pauta que surgiu como vaga promessa em 2009 se tornou um dos principais assuntos da última Conferência do Clima e seguirá dominando os debates climáticos nos próximos anos. Os valores são proporcionais ao tamanho do problema enfrentado pelo mundo inteiro, de forma integrada e com responsabilidades compartilhadas. 

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