Energia solar fotovoltaica: retrospectiva e tendências para 2017

Se houve um segmento em pleno desenvolvimento no país durante 2016, esse foi o da energia solar fotovoltaica. Considerada uma área promissora no final de 2015, as perspectivas foram realmente alcançadas, com projetos crescendo por todo o Brasil, sejam realizados de forma independente ou por meio de recursos públicos. As revisões da resolução 482, que iniciaram em março e que determinaram novas possibilidades para geração de energia elétrica distribuída, foram uma das principais contribuintes para o deslanche de mais iniciativas na área, fazendo com que o setor amadurecesse e passasse a discutir e colocar em prática várias ações.

Durante todo o ano divulgamos muitas informações que comprovam essa questão. Foi visto que, cada vez mais, a energia solar fotovoltaica está na pauta de famílias ou empresas quando se trata de pensar em fontes alternativas de energia elétrica, gerando economia e sustentabilidade. Esse último ponto foi, inclusive, amplamente discutido por especialistas do mundo inteiro, apontando a energia solar fotovoltaica como umas das principais necessidades para mantermos o planeta em condições habitáveis. O acordo de Paris (COP 22), pacto global para frear o aumento da temperatura média do planeta, trouxe a tona análises fundamentais nesse sentido.  A necessidade de desenvolvermos construções cada vez mais sustentáveis, além de definições de metas para cada país com objetivo de redução de emissões de poluentes, onde a energia solar fotovoltaica foi largamente indicada como uma das principais aliadas para atingir esses objetivos, são alguns exemplos.

Aqui no Brasil, no final de novembro, o comitê gestor do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) já definiu novas regras para o financiamento de projetos para 2017 e 2018. Questões como tecnologia e adaptação para orientar os programas que serão contemplados nos próximos anos estão na lista. A iniciativa busca manter a atuação do Fundo de acordo com os compromissos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris. “O objetivo dessas diretrizes é apoiar a implementação da NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) do País”, explicou o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero. A NDC é a meta brasileira de corte de emissões. As diretrizes envolvem ações de redução de emissões em especial nos setores chave da economia, como energia, agropecuária e mudança do uso da terra e florestas.

Projeções para 2017: energia solar em alta

Para 2017 as projeções continuam com números altos. Análises da Absolar – Associação Brasileira de Energia Solar, divulgados em 16/12/16 pelo Jornal O Estado de São Paulo, indicam que nos próximos quinze anos, a matriz fotovoltaica deve atingir 30 GW, o que equivalente a quase três Itaipus. “Somos mais otimistas que a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) em função do alto potencial de desenvolvimento da energia solar”, disse Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar ao jornal. De acordo com a entidade, o crescimento da fonte fotovoltaica atingirá 25 GW em 2030, sendo 17 GW em projetos de grande porte e oito GW de geração distribuída. “A quantidade de energia solar que os telhados brasileiros captariam com painéis fotovoltaicos, caso eles estivessem na maioria das casas, superaria com folga a geração total de eletricidade do Brasil”, afirmou o executivo na reportagem.

O sistema de financiamento da Caixa Econômica Construcard, que agora também liberará crédito para aquisição de itens sustentáveis como o sistema de geração de energia fotovoltaica, deve contribuir para atingirmos esses números, com mais famílias e empresas tornando-se adeptas dessa nova fonte de energia elétrica.

Enquanto isso, entidades como o Greenpeace defendem mais incentivos do governo para levar a energia sustentável a mais partes da população. Liberação de FGTS e redução de impostos são alguns deles. Todos esses pontos já estão na pauta do governo para 2017, que deverá trazer boas surpresas para o setor. Mas para Bárbara Rubim, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil, o discurso precisa sair do papel. “O discurso de energias renováveis, incluindo solar, está cada vez mais positivo, mas é preciso que o assunto saia do campo das ideias e entre no campo das ações”.

Agora é aguardar para ver se poderemos comemorar a conquista de mais uma etapa dentro do segmento.

Um Feliz 2017 com muita Energia Solar!

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